Ilustração de Ira Robbins
A nobre e lustrosa fachada da “Escola para todos” alberga muitos rostos baços e tristonhos não só de alunos mas também de professores que se sentem impotentes para solucionar os graves problemas que surgem cada vez com mais frequência nas escolas. Estas são terreno fértil para a sua proliferação, mas a sua verdadeira origem vem de fora. A escola tem um papel primordial na identificação e prevenção dessas autênticas pragas sociais, mas não pode estar sozinha na sua solução. Não pode ser vista como uma panaceia para todos os males, principalmente porque não pode contar com uma arma que tem vindo a perder desde há alguns anos: a autoridade. Alguma autoridade que a escola tem recuperado, é construída com muita abnegação, imaginação e paciência pelos docentes. É uma autoridade conquistada a poder de um relacionamento ponderado, comedido e multifacetado que os docentes têm com os seus alunos, de forma que estes encontrem algum carisma em relação aos seus professores. Não é uma autoridade conferida como quem entrega um uniforme, um livro de contra ordenações, um bastão e outras armas persuasoras. Esta, é muito mais simples de aplicar e por vezes dá melhores e mais rápidos resultados. A formação da personalidade dos nossos alunos é mais compatível com a primeira forma de autoridade, por isso é que se tem enveredado por ela, mas muitas vezes também é necessário uma força, um poder a que os alunos temam e os coíba de praticar certos actos ou atitudes. É esta força que muitas vezes parece enfraquecida e que é necessário recuperar.
A escola tem que ser um local onde se fomente o respeito, a organização, o convívio saudável, um local de construção e desenvolvimento de personalidades responsáveis, tolerantes e cooperantes. Para isso é necessária a implementação de actividades diversificadas que envolvam os alunos, propiciando-lhes oportunidades de demonstração das suas apetências. É necessário haver regras e a suficiente autoridade para as fazer cumprir. É necessária uma forte, sólida e constante sintonia entre a escola e a família seguindo um caminho de actuação convergente. Os meios de comunicação, o círculo de amigos e as pressões publicitárias exercem muitas vezes uma influência adversa que dificulta o caminho que a escola e a família pretendem seguir. Quando estas duas instituições têm uma estrutura sólida, conseguem minimizar aquelas adversidades ou até convertê-las em ensinamentos positivos. Contudo há condicionantes económicas, sociais, cívicas, culturais e educacionais que fragilizam a estrutura de muitas famílias, transformando-se num elo fraco em todo o processo, muitas vezes não por culpa delas próprias mas sim por razões relacionadas com a instabilidade provocada pelo imparável ritmo e repentinas alterações das sociedades modernas.
José Manuel Carvalho
A nobre e lustrosa fachada da “Escola para todos” alberga muitos rostos baços e tristonhos não só de alunos mas também de professores que se sentem impotentes para solucionar os graves problemas que surgem cada vez com mais frequência nas escolas. Estas são terreno fértil para a sua proliferação, mas a sua verdadeira origem vem de fora. A escola tem um papel primordial na identificação e prevenção dessas autênticas pragas sociais, mas não pode estar sozinha na sua solução. Não pode ser vista como uma panaceia para todos os males, principalmente porque não pode contar com uma arma que tem vindo a perder desde há alguns anos: a autoridade. Alguma autoridade que a escola tem recuperado, é construída com muita abnegação, imaginação e paciência pelos docentes. É uma autoridade conquistada a poder de um relacionamento ponderado, comedido e multifacetado que os docentes têm com os seus alunos, de forma que estes encontrem algum carisma em relação aos seus professores. Não é uma autoridade conferida como quem entrega um uniforme, um livro de contra ordenações, um bastão e outras armas persuasoras. Esta, é muito mais simples de aplicar e por vezes dá melhores e mais rápidos resultados. A formação da personalidade dos nossos alunos é mais compatível com a primeira forma de autoridade, por isso é que se tem enveredado por ela, mas muitas vezes também é necessário uma força, um poder a que os alunos temam e os coíba de praticar certos actos ou atitudes. É esta força que muitas vezes parece enfraquecida e que é necessário recuperar.
A escola tem que ser um local onde se fomente o respeito, a organização, o convívio saudável, um local de construção e desenvolvimento de personalidades responsáveis, tolerantes e cooperantes. Para isso é necessária a implementação de actividades diversificadas que envolvam os alunos, propiciando-lhes oportunidades de demonstração das suas apetências. É necessário haver regras e a suficiente autoridade para as fazer cumprir. É necessária uma forte, sólida e constante sintonia entre a escola e a família seguindo um caminho de actuação convergente. Os meios de comunicação, o círculo de amigos e as pressões publicitárias exercem muitas vezes uma influência adversa que dificulta o caminho que a escola e a família pretendem seguir. Quando estas duas instituições têm uma estrutura sólida, conseguem minimizar aquelas adversidades ou até convertê-las em ensinamentos positivos. Contudo há condicionantes económicas, sociais, cívicas, culturais e educacionais que fragilizam a estrutura de muitas famílias, transformando-se num elo fraco em todo o processo, muitas vezes não por culpa delas próprias mas sim por razões relacionadas com a instabilidade provocada pelo imparável ritmo e repentinas alterações das sociedades modernas.
José Manuel Carvalho
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