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segunda-feira, maio 11

Eu, Cláudio, de Robert Graves. Um regalo


Um romance histórico maravilhoso contado pelo futuro imperador Cláudio, desprezado pela gaguez e pela aparência. Do sábio Augusto e sua vilã mulher Lívia, ao sádico Tibério, até ao excessivo e louco Calígula.


" - Pelo amor que me tens, Cláudio, faz o que te pedem. Por amor do nosso filho. Eles matam-te, se te recusares. Já mataram Cesónia. Agarraram a filhinha pelos pés e fizeram-lhe saltar os miolos contra um muro.
- Tudo vai correr bem, senhor, logo que te acostumes - disse um soldado, sorrindo. - Não é assim tão desagradável a vida de um imperador.
Não protestei mais. Para quê lutar contra o destino? Carregaram-me pelo pátio de honra, cantando o hino ridículo composto para a subida ao poder de Calígula. Forçaram-me a pôr a coroa de folhas de carvalho feita de ouro. Para conservar o equilíbrio, tinha de me agarrar com toda a força aos ombros dos caporais. A coroa ficara-me em banda, sobre uma orelha. sentia-me perfeitamente ridículo. Assemelhava-me a um criminoso que levavam para a execução. As trombetas entoaram a Saudação Imperial."
...
"Eis-me, pois, imperador. Que tolice! Mas ao menos poderei impor que leiam os meus livros. Audições públicas perante uma numerosa assistência. E sem contar que são bons livros - trinta e cinco anos de assíduo trabalho. É de justiça, apenas."

domingo, maio 11

Talvez o ato de egoísmo mais iluminado alguma vez registado


Otto Dix

Na tumultuosa Ucrânia, algo que a classe política europeia parece desconhecer:
“Os homens do dinheiro norte-americanos discutiram então de forma exaustiva um novo sistema financeiro internacional para o capitalismo e criaram o Plano Marshal, talvez o ato de egoísmo mais iluminado alguma vez registado. Se os europeus tivessem dinheiro no bolso, consideraram os norte-americanos, podiam comprar comida aos EUA, importar dos EUA maquinaria para reconstruir a sua indústria e – o mais importante – evitar o voto nos comunistas; por isso os EUA limitaram-se a dar-lhes 13,5 mil milhões de dólares, um vinte avos de toda a sua produção em 1948.”  Ian Morris, O Domínio do Ocidente, p.532.

segunda-feira, fevereiro 11

Portugal finis terrae, Pedro Rosa Mendes


Segui a sugestão de Rentes de Carvalho e de Rui Ângelo Araújo: um texto de Pedro Rosa Mendes para reflectir.


"...tinha uma tripla fé: 1. em si próprio como Fúhrer infalível; 2. em Deus como leal confessor do poder; 3. e na miséria como ermida natural da virtude."

sábado, julho 28

This is for everyone


Uma fantástica cerimónia de abertura.
Demonstração exuberante de um percurso histórico de que tanto se orgulham e elogio a um modelo civilizacional de que todos nós, Europeus, tanto nos deveríamos orgulhar.

sexta-feira, julho 27

Concessão da coroa de oliveira brava


"Vieram ter com eles uns poucos de trânsfugas da Arcádia, que precisavam de ter com que viver e queriam trabalho. Quando os levaram à presença do grande Rei, os Persas perguntaram-lhes que estavam os Gregos a fazer. Havia um que, mais do que todos, insistia na pergunta. Eles responderam que os Helenos estavam a celebrar os Jogos Olímpicos e contemplavam os concursos gímnicos e hípicos. Perguntou então qual era o prémio proposto pelo qual lutavam. E eles referiram-se à concessão da coroa de oliveira. Então, Tritantaicmes, filho de Artábano, exprimiu uma opinião nobilíssima, que lhe valeu o apodo de cobarde por parte do grande Rei. Ao ser informado que o prémio era uma coroa, e não dinheiro, não se conteve que não exclamasse diante de todos: Ai, Mardónio, que homens são esses com quem nos levas a combater, se eles não lutam pela riqueza, mas só pela superioridade?"  Maria Helena da Rocha Pereira, JL

domingo, julho 24

O norueguês Edvard Munch

O Grito,1893
                                                                                                  Gritos, Julho de 2011

sábado, março 12

Japão


"A muitos homens em Lisboa, sepultaõ as ruínas; a muitos em alguns lugares leva arrebatado o fluxo das agoas, que com incrivel violencia se seguio ao tremor. Em o mesmo dia reduz a cinzas a voracidade das chamas quasi tudo o que o terramoto havia deixado intacto."
O Pequeno Livro do Grande Terramoto, Rui Tavares, Tinta da China, p.95

sexta-feira, dezembro 17

Naufrágios

Dois séculos entre o terrível naufrágio na Austrália e a pintura de Géricault. Tudo separa as imagens, mas o drama, a emoção e a artificialidade mantém-se.

quarta-feira, julho 14

14 de Julho

Nesta obra, Liberdade Guiando o Povo, romântica por excelência, Eugéne Delacroix personifica ele próprio os ideais da revolução republicana, uma mulher empunhando a bandeira tricolor, exaltando os valores da Revolução Francesa de 1789 - Liberté, Egalité, Fraternité.
A. Barreira

A França dos luxuosos palácios e da vida etérea da aristocracia dominante, sucumbiu aos pés dos miseráveis da deplorável vida terrena. As alterações políticas, económicas e sociais realizadas desde então, rumo a um país próspero, solidário e harmonioso, justificam os valores invocados pela Revolução Francesa. Este país merece por isso ser mais respeitado por parte dos seus representantes e por todos aqueles que lá foram acolhidos com plenos direitos. Não foi o que aconteceu com o recente episódio da selecção francesa de futebol. É caso para reflectir se as mesquinhas acções que se desenrolam à volta de uma simples esfera têm alguma legitimidade para provocar a mínima mancha à dignidade e grandiosidade de um país.
De um francófilo que também gostava de um bom jogo de futebol.
José Carvalho

sábado, maio 8

Padre Anselmo Borges

Ilustração do DN

Dedicarei algum tempo da próxima Quinta, dia da visita papal a Lisboa, a ler e a reler artigos do Padre Anselmo Borges. Sigo-o no DN, todos os sábados. Leiam o último. (Jesus: de direita ou de esquerda?)

terça-feira, março 2

CHILE


«Como pódem vivamente descrever-se as ancias, e affliçoens, que lastimosamente, cada individuo sentia em si próprio? Como podem pintar-se os suspiros, e agonias de tantos, que entre as ruinas esperavaõ dar por instantes os ultimos alentos? Como pódem? Eu confesso que he quasi impossivel. Espectaculo taõ lastimoso, objecto taõ infausto, horror taõ formidavel naõ se explica, nem descreve, nem se pinta, só se sente.» diz Trovão de Sousa que viveu o terramoto de Lisboa em 1755.

in O Pequeno Livro Do Grande Terramoto, de Rui Tavares

sábado, fevereiro 13

Os fundamentos do absolutismo


« O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma predisposição para a revolta.»

Jacques-Bénigne Bossuet(1627-1704),Bispo de Meaux