segunda-feira, novembro 25

O Caminhante Solitário, W. G. Sebald



Sobre a obra de Robert Walser: “…Como havemos de compreender um autor que tantas sombras ameaçadoras acossaram, e que no entanto derrama a cada página a mais cativante luz? Um autor que cultivava o humor por puro desespero, que escreveu quase sempre a mesma coisa sem nunca se repetir, que chegava a não entender o seu próprio pensamento agudizado até ao mais ínfimo pormenor, que sem tirar os pés da terra andava sempre perdido na atmosfera, cuja prosa tem a propriedade de se dissolver na leitura de tal modo que umas horas depois já quase não nos lembramos dos personagens, dos acontecimentos e das coisas de que tratava?”

Sebald transcrevendo Walser: “As minhas costas estão a ficar corcundas pois fico durante horas dobrado sobre uma palavra que tem que percorrer o longo caminho entre o cérebro e o papel”