terça-feira, fevereiro 28

Há alunas assim.


Boa noite professor! 
Espero que esteja tudo bem por aí... por aqui está tudo. :)
Venho apenas partilhar consigo uma pequena conquista. 
(na qual está presente a história da arte)
A revista é deste mês - Super Digital FOTO.

Beijinho!
mariza :)

domingo, fevereiro 26

Há músicas assim.


Há músicas assim: eternas. Não a tenho no carro nem em lado nenhum, mas sempre que acidentalmente a oiço na rádio culpo-me por isso. Quando mais novo, ouvia-a só, não fossem os amigos acharem-na lamechas ou imprópria. Como explicar aos meus 16 anos, ou aos 18 ou 22, que o apreço público, fosse ele qual fosse, não era sinal de fracasso estético? Como explicar, não estando na altura convencido disso, que a melodia, a harmonia e o ritmo são "premissas" fundamentais da música e se encontram em todos os géneros musicais?

quarta-feira, fevereiro 22

Trepadeira vermelha



As obras de arte que mais admiro têm como característica principal a constante referência ao real, mas interpretado por um profundo subjetivismo. Edvard Munch é um dos meus preferidos, pela carga emocional que subjuga o elemento racional. Uma das quatro versões do Grito vai ser leiloada em Nova Iorque e atingirá seguramente uma soma astronómica. Esse ícone da angústia e da revolta é a obra mais conhecida, mas outras merecem também um relevo especial. Entre tantas:  Trepadeira vermelha, 1898-1900


segunda-feira, fevereiro 20

Memórias da II Guerra Mundial, 2


"Durante aquela depressão violenta, a Grã-Bretanha e 40 outros países sentiram-se obrigados, à medida que os anos passavam, a impor restrições ou tarifas alfandegárias contra produtos japoneses fabricados em condições laborais em nada semelhantes aos padrões europeus ou americanos."

quinta-feira, fevereiro 16

Os Gregos


Aos primeiros e veementes protestos dos gregos pensei que os líderes desta europa se solidarizariam com os países mais débeis e, no fundo, ao projecto europeu (aqui). De lá para cá, continuo a achar que sim, que nos salvarão. O que herdámos da civilização helénica, a matriz da civilização ocidental, devia bastar para calar a intelligenza de pacotilha que empurra sistematicamente os gregos para fora do projecto europeu.
Como eu gostaria de ser um dos signatários do manifesto de apoio ao povo grego. Subscrevo-o. Diz a certa altura: "A preocupação doméstica em sublinhar que 'não somos a Grécia' é, no mínimo, chocante no seio da União Europeia, onde mais se esperaria compreensão e solidariedade"

terça-feira, fevereiro 14

Paciência



Quando a troco de serviços se exige um ordenado excepcional, promete-se, evidentemente, resultados também eles excepcionais. Sempre estranhei a condescendência por parte da comunicação social e dos governos com os administradores da coisa pública; dos eleitores com os eleitos; da comunicação social desportiva (e de muitos adeptos leoninos) com o mau futebol e os péssimos resultados de Domingos Paciência. O mercado dita a exorbitância dos valores, é certo, mas é insuportável ouvir a quem os aufere a ideia da excelência se dever exclusivamente a eles e quando as coisas correm mal se referirem aos condicionalismos das circunstâncias exteriores. Habituados a não avaliar continuadamente e a não exigir resultados a quem se comprometeu tê-los, parece-me indecoroso não agir quando estão a usar dinheiro que não é deles. Fez bem o Sporting.

segunda-feira, fevereiro 13

Memórias da II Guerra Mundial, 1



“As cláusulas económicas do Tratado (Versalhes) eram de tal modo perniciosas que se tornavam obviamente inúteis. A Alemanha foi condenada a pagar indemnizações a uma escala fabulosa. Aqueles ditames eram expressão da fúria dos vencedores e da incapacidade dos seus povos para compreenderem que nenhuma nação ou comunidade derrotada poderá alguma vez pagar tributo numa escala que cubra os custos da guerra moderna.”      
                                                                                                                                     Winston Churchill

sexta-feira, fevereiro 10

Mondego, Daniel Pinheiro

"MONDEGO" by Daniel Pinheiro from Daniel Pinheiro on Vimeo.

Synopsis 
A river acclaimed by poets and songwriters, closely entwined in the History of Portugal. As its waters merge with the sea, a small stream, hidden in the high mountains of Serra da Estrela, continues to ensure the Mondego breathes life into its great variety of habitats and wildlife.

quarta-feira, fevereiro 8

Madeira, Turíngia, Saxónia ...




Não me surpreendeu a referência à Madeira como exemplo da má aplicação dos fundos estruturais, mas sim a naturalidade e a familiaridade com que o fez, como se estivesse a falar de qualquer região da Turíngia ou da Saxónia. Espantou-me a atenção que dedica a cada um de nós, “periféricos”, e enternece-me a ideia do federalismo europeu entrar naturalmente no discurso da Chancelerina.

terça-feira, fevereiro 7

5ª temporada


A 5ª temporada de Mad Men vai para o ar a 25 de Março e os anúncios estão a ter um grande impacto em Nova Iorque. Cartaz minimalista, com a silhueta de Don Drapper em queda e a data ao fundo, convida os nova-iorquinos a desenharem sobre ele. E os resultados são tão surpreendentes que as propostas ultrapassaram já o registo espontâneo do graffiti e passaram para as técnicas virtuais de desenho. Ver aqui e aqui.


quinta-feira, fevereiro 2

Guimarães




Quando o calendário do campeonato de futebol da 1ª divisão determinava o Guimarães-Sporting, dois pequenos leões começavam a contar os domingos que faltavam para o jogo que representava a oportunidade mais próxima de verem uma equipa que só conheciam dos relatos da rádio.
Os avisos repetidos vezes sem conta colocavam a viagem a par das grandes aventuras. A saída ainda de madrugada permitia várias paragens num percurso tortuoso que começava no Café Capri, local de encontro e “centro cultural de Vidago”, propriedade do Manel “Capri” - homem aberto, dinâmico, multifacetado -, e terminava, aproximadamente, cento e trinta quilómetros depois, no centro de Guimarães. A sinuosidade que acompanhava todo o percurso intensificava-se atingindo o grau máximo na terrível e mítica serra do Marão. Os noviços leões de olhos bem fixos na estrada, por recomendação dos mais experientes, tentavam adiar sem sucesso os avassaladores e fétidos enjoos. Os ares frescos da montanha restituíam alguma cor à pequenada e arrefeciam o exausto motor do automóvel do Senhor Pinheiro. O Magalhães, como lhe chamava meu pai, era homem seco de carnes, de cabelo puxado a brilhantina, de fingida arrogância que se transformava num afável cavalheiro ao volante do seu Opel Record preto.
“Estamos quase”, dizia.
E depois Guimarães. Guimarães representava para mim o princípio da civilização: o imponente Castelo e a estátua de D. Afonso Henriques dos livros de História, o rebuliço no largo do Toural, os jardins coloridos de desenho primoroso e bem cuidados. Nesta peregrinação anual, os velhos leões não se poupavam a um requintado manjar no restaurante Jordão. A acompanhar o café, as aguardentes e os cigarros, as conversas eram naturalmente pautadas pela fluência e inteligência do Felisberto, o francês, com quem o meu pai tanto gostava de falar. Vejo-o de gabardine clara e jornal debaixo do braço, madeixa caída sobre óculos estreitos esverdeados e permanentemente envolto numa nuvem de fumo de cheiro inconfundível a cigarros gauloise. Era o único emigrante que trazia amigos em vez de fortuna.
Na entrada do estádio, de bancadas a toda à volta, as mãos dos mais pequenos apertavam-se à dos pais e só se soltavam quando as equipas alinhadas se apresentavam nos seus equipamentos imaculados e botas bem engraxadas: o Carvalho, todo vestido de preto e leão ao peito, impressionava-me, tal como a elegância do Alexandre Baptista, as pernas arqueadas do Zé Carlos, a robustez do maestro Peres; do outro lado, retenho o branco total do equipamento do Vitória e a impressão de estarmos perante uma equipa do mesmo nível. Sem pestanejar, acompanhávamos o jogo com as exclamações naturais de quem se sente protegido e seguíamos atentos, tão habituados estávamos, a agitação dos relatos radiofónicos dos transístores à nossa volta.
Ao regresso, com as conversas em surdina dos mais velhos, encostado ao ombro do meu pai, o cansaço vencia-me e o percurso tornava-se mais linear e mais rápido.