domingo, setembro 26

À descoberta de (Vidago) Portugal no tempo da I República




No torreão nascente do Terreiro do Paço está uma pequena mas muito interessante exposição sobre viajantes e turistas no tempo da Primeira República. Uma colega tinha-me avisado que ia encontrar o "meu" hotel, o Palace de Vidago. Quem conhece as termas de Vidago e o restante património turístico da época esperaria que esta imponente e magnífica construção tivesse o destaque e a importância que merece. Fiquei desapontado, porque tudo o que envolveu a edificação do Hotel, do parque, a construção da linha ferroviária do Corgo (propositadamente até Vidago), etiqueta e rituais dos aquistas, esforço e dinheiro envolvidos, exigem um estudo e uma divulgação à altura. Espero com imensa curiosidade, agora que se comemoram os 100 anos da República e do Palace, a inauguração oficial do remodelado Hotel de Vidago, que se realizará no dia 6 de Outubro.

quarta-feira, setembro 15

Trapalhada


A embrulhada em que se meteram Governo, Oposição, autarquias e grupos de cidadãos contra o fim das SCUTS está a retirar-lhes a lucidez. A solução para este problema parece-me simples: acabem com as auto-estradas sem custos para os utilizadores, cobrem a quem as utiliza e beneficiem, porque era esse o propósito, as regiões mais pobres com baixa significativa das tarifas da electricidade (por exemplo, aplicar a hora de vazio da EDP durante todo o dia). Parece-me uma solução de aplicação imediata, universal, justa, combateria a desertificação, promoveria o desenvolvimento e o conforto destas regiões. Os custos seriam ridículos tendo em conta o número e poder de compra dos habitantes destes concelhos.
Intriga-me que esta solução, aparentemente tão óbvia, não se discuta.

quinta-feira, setembro 9

("Queres fazer-lhe [a uma das vítimas] alguma pergunta, Carlos?").

"A entrevista "non stop" que, desde que foi condenado, Sua Inocência tem estado ininterruptamente a dar às TVs teve o mais respeitoso e obrigado dos episódios na RTP1, canal que é suposto fazer "serviço público".
Desta vez, o "serviço" foi feito a um antigo colega, facultando-lhe a exposição sem contraditório das partes que lhe convêm (acha ele) do processo Casa Pia e promovendo o grotesco julgamento na praça pública dos juízes que, após 461 sessões, a audição de 920 testemunhas e 32 vítimas e a análise de milhares de documentos e perícias, consideraram provado que ele praticou crimes abjectos, condenando-o à cadeia sem se impressionarem com a gritaria mediática de Suas Barulhências os seus advogados, o constituído e o bastonário.
Tudo embrulhado no jornalismo de regime, inculto e superficial, de Fátima C. Ferreira, agora em versão tu-cá-tu-lá ("Queres fazer-lhe [a uma das vítimas] alguma pergunta, Carlos?"). O "Prós & Contras" só não ficará na História Universal da Infâmia do jornalismo português porque é improvável que alguém, a não ser os responsáveis da RTP, possa chamar jornalismo àquilo."

Manuel António Pina, no JN

segunda-feira, setembro 6

Mónica e o Desejo



Nos Ciclos de Cinema do DN, João Lopes recorda-nos Ingmar Bergman. No início dos anos oitenta, ainda tão marcados pelo cinema europeu, estreou Fanny e Alexander, um êxito naquela época, que me levou a descobrir algumas obras deste realizador sueco. Suécia que para nós tinha a reputação de um país próspero, evoluído e sexualmente liberal. De todos os filmes de Bergman, Mónica e o Desejo (1953) ficou na minha memória pelo dramatismo, pela complexidade das relações e, sobretudo, pela sensualidade de Harriet Andersson. Sensualidade bem expressa nesta belíssima fotografia que serve de cartaz ao filme.

sábado, setembro 4

Duas ideias muito simples e muito bem produzidas. RTP 1 e 2, aos Sábados



"Portugueses pelo Mundo mistura um programa documental com um programa de viagens. Em cada programa vemos entre cinco a sete histórias de portugueses que residem algures no planeta. As histórias de cada programa entrelaçam-se umas nas outras e são bem diferentes entre si, baseadas nas características individuais dos entrevistados, nas suas famílias, nos seus amigos, nos seus colegas de trabalho.
6 biliões como tu ("6 Billion Others") é uma tentativa de se criar um retrato contemporâneo da humanidade através de perguntas diversas, banais e universais, com diferentes pessoas de diferentes países. O que é a felicidade? Que lições aprendemos através das dificuldades da vida? Qual é o significado da vida? E da morte? 6.000 entrevistas realizadas, 65 paíse visitados, 4.500 horas de entrevistas filmadas."