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domingo, outubro 8

“La verdad nos haría libres, pero preferimos la mentira porque nos hará independientes”, F. Savater


Mais uma facadinha num Projecto Europeu tão fragilizado nos últimos anos. Numa Europa que se pretendia sem muros e sem bandeiras, aparecem agora estes movimentos, o Brexit e a Catalão, absolutamente anacrónicos e incompreensíveis.

Nesta questão catalã, alinho pela análise de Fernando Savater, no El País.

sábado, julho 8

Tancos, ao contrário de tantos…


... sinto-me agora mais seguro. Mais seguro por saber que o General Rovisco Duarte continuará como chefe do Estado-Maior do Exército. Assumiu sem tibiezas uma responsabilidade evidente, agiu com rapidez no apuramento das responsabilidades operacionais, foi parco em palavras como o momento exigia. 

sábado, maio 6

MNE corta exame que chumbava mulheres


Sendo verdadeira a notícia do Expresso, proponho ao ministério de Santos Silva que vá um pouco mais além. Vejam: (colocar legendas em português)



segunda-feira, abril 24

Os turcos de Erdogan


André Carrilho

Retirei do DN:
. Na Turquia - vitória conseguida pelo presidente Recep Tayyip Erdogan - 51,18% votaram sim e 48,82% não;
. Na Alemanha vivem cerca de três milhões de turcos, votaram cerca de 650 mil, tendo o sim ganho com 63,07%.
. Depois da Alemanha, a França é o país preferido da imigração turca, estimando-se que sejam mais de 800 mil - votaram cerca de 140 mil, tendo o sim ganho com 64,85%dos votos.

Este referendo, para lá das questões formais da passagem de um sistema parlamentar para um sistema presidencial, foi sobretudo um sinal de apoio ou não às políticas seguidas por Erdogan. Só para recordar: Erdogan nos últimos tempos prendeu milhares de turcos da oposição, incitou ao ódio contra os europeus, reduziu drasticamente os valores de uma Turquia liberal (liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de divergência e separação de poderes).
E foram os emigrantes turcos na europa a dar um apoio inequívoco a toda a política de Erdogan, e contrária aos valores das democracias europeias. Inquietante.

sexta-feira, janeiro 20

O que correu mal em Obama?

Ilustração André Carrilho

Também vou ter saudades de Obama. Saudades do humanismo e da tolerância. Saudades da modernidade e da elegância dos actos. Do seu sorriso largo. Saudade dos discursos espontâneos e informais, das diferenças de timbre da sua voz, das alterações sistemáticas de ritmo, das pausas prolongadas que nos permitiam refletir. A oratória como uma ciência das emoções. Também um mestre na gestão da imagem. Ninguém geriu tão bem a linguagem corporal, os locais por onde andou ou por onde passeou, até mesmo a subtil e eficaz exploração dos espaços familiares e dos gestos mais íntimos. Se era difícil superar Bill Clinton, Barack Obama conseguiu-o largamente.
Se do ponto de vista europeu e pelos dados revelados pelos vários indicadores, a governação foi, apesar da maior crise económica mundial depois de 1929 e ao invés da Europa, um sucesso, há algo que não consigo compreender, porque contraria a história da tomada do poder dos partidários do populismo: o que correu mal nestes anos de Obama para que o povo americano votasse numa mudança tão radical e entregasse o mais alto cargo da nação ao sinistro Donald Trump?

sábado, setembro 24

Um prémio para a má arquitetura.


Ainda a propósito do disparate do diploma que define agora que “o coeficiente de 'localização e operacionalidade relativas' possa ser aumentado até 20% ou diminuído até 10%, caso fatores como a exposição solar, o piso ou a qualidade ambiental sejam considerados positivos ou negativos”.
Surpreende-me que ninguém tenha argumentado que deve ser o oposto: que a má arquitectura tem de ser penalizada. Ou seja, que a fraca exposição e orientação solares, a má qualidade ambiental, os coeficientes que indicam falta de conforto devem ser, estes sim, agravados e, obviamente, beneficiados todos os edifícios que respeitam as normas ambientais, que se integram na paisagem, que reduzem consumos, que proporcionam uma vida melhor.

sábado, abril 25

Cravos vermelhos



Há uns anos, a propósito do 25 de Abril, escrevi o editorial do jornal escolar.
“Para comemorar o 25 de Abril, pedi duas pequenas histórias aos meus colegas Jorge Santos e Turé Couto que viveram intensamente este período e o anterior. Vale a pena lê-las porque, para além do seu valor literário, os mais velhos recordarão com certeza esse tempo mesquinho e claustrofóbico. Para os mais novos, os nossos alunos, para quem esta data é sobretudo um feriado bastante oportuno, espero que vejam nestas histórias, puras histórias de ficção: ou seja, aos olhos de quem sempre viveu em democracia, pareçam inacreditáveis, irreais, de um tempo que acabou há muito. Será sinal que Abril se vai cumprindo. Não devemos, nesses inquéritos feitos na véspera do dia, estar muito preocupados se eles sabem ou não quem foi o Salgueiro Maia ou o Otelo. Não passamos nós com uma idêntica leveza pelo 5 de Outubro? Seremos menos republicanos por isso? Valorizemos antes, e diariamente, os ideais de Abril e da República – Liberdade, Igualdade e Fraternidade.”

sexta-feira, janeiro 9

Charlie Hebdo


Actos chocantes como estes servem também para reafirmar com mais clareza ainda que o projecto europeu é o modelo civilizacional que mais valoriza o ser humano. Sorte a nossa. Devemo-la aos valores saídos da revolução francesa e devemo-la sobretudo a milhões de pessoas que lutaram e morreram por esses valores, desde a antiguidade clássica. É bom ouvir Je suis Charlie.
Preocupa-me, no entanto, constatar que os nossos líderes europeus se esqueçam sistematicamente deles quando abordam questões económicas, enaltecendo e copiando modelos económicos que desvalorizam o trabalho, que não garantem os direitos mais elementares da vida humana e que, inevitavelmente, são incompatíveis com os valores democráticos de que nos orgulhamos.

terça-feira, março 25

Periferia miserável


Também eu tenho uma pergunta a fazer sobre a Crimeia.
Após o voto pró-russo no referendo da Crimeia e perante as câmaras da RTP, um militar reformado de origem russa resumia assim o seu patriotismo: “Agora a minha pensão há de crescer três vezes.”

O que propõe o Ocidente depois de ter abandonado estes povos a uma periferia miserável? (Repararam na subtileza e na familiaridade de “periferia miserável”)
A resposta está hoje, dia 28/3, no Público: o FMI propõe ao governo ucraniano um "pacote de austeridade muito impopular, complexo, com reformas duras,"...  "que foi uma das razões que levou o Presidente Ianukovich a virar as costas à União Europeia  e assinar um acordo aduaneiro com a Rússia, em Dezembro passado.

segunda-feira, julho 8

Um mestre em apuros

Público

Premissas para revogar o irrevogável:
Paulo Portas, dois anos depois, tem a certeza que Passos Coelho é incompetente; Paulo Portas espera até ao limite do suportável pela demissão de Vitor Gaspar; Paulo Portas vê na nomeação da Maria Luis o perpetuar de uma apagada e vil tristeza; Paulo Portas sabe que a queda do governo representa a extinção do CDS/PP; sabe também que esta oportunidade é a última hipótese de chefiar um governo.

Jogada final de um mestre em apuros

sábado, junho 29

O poder nas ruas

Female tailors on strike.New York City, February, 1910 
                                                                                                                               
Não será por acaso que o direito à greve está consagrado em todas as constituições dos países ocidentais civilizados. Representa o último patamar a que recorrem todos aqueles que querem ser ouvidos e que reclamam atenção de quem os governa.
Desvalorizar, ridicularizar ou achar, como se tem ouvido cada vez mais, que os grevistas não passam de gentinha manipulada por sindicatos ou partidos sem escrúpulos é não só estúpido como abre naturalmente caminho a soluções bem menos civilizadas: os últimos tempos têm sido férteis, na Turquia e no Brasil, o povo saiu em manifestações de rua, espontâneas, inorgânicas, ameaçadoras, conquistando simpatias e promessas imediatas dos governantes. E o perigo vem verdadeiramente daí, do poder poder cair nas ruas - e todos sabemos o que isso significa.
Insisto: o direito à greve representou um enorme avanço civilizacional e desvalorizá-lo parece-me politicamente um erro grave e um desrespeito pelo passado que nos trouxe até aqui.

quarta-feira, maio 1

Ponto de partida para os cortes

Daumier

A mais séria proposta de Reforma do Estado foi lançada, em jeito de desafio, por Paulo Pedroso na TVI24. Sumariamente: analise-se onde o Estado gasta mais do que a média europeia em percentagem do PIB  e corte-se aí. A formulação é tão simples que me parece um justo ponto de partida para qualquer reforma séria. Ou não?

segunda-feira, janeiro 21

O discurso do Presidente Obama



 Na tradição americana, a tomada de posse de um presidente transformou-se também num espectáculo. Depurado e de bom gosto, é certo: bandeirinhas tricolores nas mãos de milhares de americanos, o Capitólio como fundo, o poder da palavra. Tudo começou pelo princípio. E o princípio é, num país civilizado, jurar preservar, proteger e defender a Constituição. E depois um discurso todo construído na primeira pessoa do plural – nós, o povo americano. O discurso do presidente americano foi claro, convincente, brilhante. A retórica de Obama, emotiva e num aparente improviso, mostrou que valores como liberdade, democracia e solidariedade não perderam validade e continuam a ser a única saída possível.
Sorte a deles, e a nossa também.

sábado, dezembro 22

Nem húngaros, nem espanhóis, nem greg.. (cruzes, canhoto!). Portugueses, de sete costados.



Recortes da imprensa:

“Contas equilibradas, defesa da classe média, descida de impostos e aumento do salário mínimo. Hungria parece imagem invertida de Portugal.” in Dinheiro Vivo

Cambio de ritmo crucial. La Comisión Europea se ha comprometido a dar más flexibilidad a España para cumplir las metas de déficit, según explican a este diario fuentes de Bruselas y confirma el Gobierno de Mariano Rajoy. In El País

“Só no universo de clientes do BPN com empréstimos superiores a meio milhão de euros, já há três mil milhões de dívidas em incumprimento total.” in Expresso

"Caso o défice orçamental previsto para 2013 comece a derrapar, o Governo tem preparado um plano de contingência que passará por reduzir ainda mais a factura salarial do Estado." In Público



quinta-feira, novembro 29

Um tremendo logro



"Atacar a países del sur fue la fórmula del Gobierno y bancosalemanes para recuperar las pérdidas de sus bancos ludópatas." 

Um artigo no El País que, a ser verdade, denuncia não só tremendo logro de que estamos a ser vítimas como os contornos de malvadez com que tudo isto é feito. Aqui.


terça-feira, novembro 27

Milhões



Na tentativa de justificar os aumentos de IRS e em particular a sua incidência nas famílias com mais rendimentos, o secretário de estado Paulo Núncio acaba por se referir aos mais de dois milhões de agregados familiares que não pagam IRS. Ou, sendo mais explícito: mais de cinco milhões. É este o número de cidadãos que não pagam taxas moderadoras por insuficiência económica. Números terríveis que nos deviam envergonhar e, sobretudo, a todos os que têm ou tiveram funções governativas.

sábado, novembro 10

Tira os sinais e lerás



Para além de injusto seria redutor dizer que o Bloco de Esquerda se esgota em Francisco Louçã. Na última década, e num parlamento cada vez mais pobre, o grupo parlamentar do Bloco tornou-se a verdadeira oposição aos governos das maiorias. A cada debate esperava pela eloquência provocadora de Louçã, apreciava a sensatez esclarecida de João Semedo, desejava a velocidade de argumentos e inteligência da bela Ana Drago. Se daqui a alguns anos me perguntarem por parlamentares destes tempos, direi estes e pouco mais.Temo que a juventude do partido e as características com que Louçã o desenhou - um partido de oposição, acabem com ele. Mas este será o maior desafio: tira os sinais e lerás.

Obs. Não encontrei imagens do F. Louçã