Um romance histórico maravilhoso contado pelo futuro imperador Cláudio, desprezado pela gaguez e pela aparência. Do sábio Augusto e sua vilã mulher Lívia, ao sádico Tibério, até ao excessivo e louco Calígula.
" - Pelo amor que me tens, Cláudio, faz o que te pedem. Por amor do nosso filho. Eles matam-te, se te recusares. Já mataram Cesónia. Agarraram a filhinha pelos pés e fizeram-lhe saltar os miolos contra um muro.
- Tudo vai correr bem, senhor, logo que te acostumes - disse um soldado, sorrindo. - Não é assim tão desagradável a vida de um imperador.
Não protestei mais. Para quê lutar contra o destino? Carregaram-me pelo pátio de honra, cantando o hino ridículo composto para a subida ao poder de Calígula. Forçaram-me a pôr a coroa de folhas de carvalho feita de ouro. Para conservar o equilíbrio, tinha de me agarrar com toda a força aos ombros dos caporais. A coroa ficara-me em banda, sobre uma orelha. sentia-me perfeitamente ridículo. Assemelhava-me a um criminoso que levavam para a execução. As trombetas entoaram a Saudação Imperial."
...
"Eis-me, pois, imperador. Que tolice! Mas ao menos poderei impor que leiam os meus livros. Audições públicas perante uma numerosa assistência. E sem contar que são bons livros - trinta e cinco anos de assíduo trabalho. É de justiça, apenas."
Sem comentários:
Enviar um comentário