No século XVI, Andreas Vesalius publicou um livro De Humani Corporis Fábrica com as suas observações e com desenhos de grande rigor e beleza. Desde Galeno, médico grego do século II, muito pouco havia sido descoberto sobre anatomia e fisiologia desde a Antiguidade. A falta de aulas práticas de anatomia na Universidade de Paris levou Versalius, assim como Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci, a frequentar cemitérios em busca de ossadas de criminosos executados e vítimas de pragas. O renascer da arte clássica passava pelo estudo anatómico, pelos cânones, pela investigação. Seguiam a máxima que só desenhamos bem o que conhecemos profundamente. É no Renascimento que o desenho se valoriza não só como um passo fundamental na metodologia de trabalho de qualquer artista, mas também como produto final. Nas últimas décadas, desvalorizou-se o seu ensino. Nos currículos escolares, a disciplina de Desenho só aparece no Ensino Secundário, o que é manifestamente tarde. O desenho estrutura o olhar, valoriza o observado, esclarece, transgride - ensina a ver. Desde a ilustração científica às paginas de jornais, o desenho percorre todas as áreas do conhecimento. Não é por acaso que os melhores jornais, revistas, diversas publicações, fazem uso regular do desenho.
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