quinta-feira, junho 2

A minha preferida

Andrea Mantegna, "A Corte de Mântua" (detalhe), 1471-74.
Com uma carta na mão, o Marquês despacha com o secretário. Ao lado, contra os joelhos da Marquesa apoia-se a filha pronta a trincar a maçã. Atrás, encontram-se alguns dos seus dez filhos de fatos bordados a ouro. Alguns bastardos. Usam meias altas com as cores da casa senhorial. Uma das ocupações preferidas de Ludovico Gonzaga, homem de espírito aberto, é a tarefa de saber redigir, ler e preservar manuscritos relativos à cidade de Mântua e da própria família. É neste contexto e nesta época, que Ludovico contrata Andrea Mantegna, “um pintor fora do comum como não se conhece outro”. Pintor de nome feito. E só assim se explica esta fabulosa e invulgar pintura, que capta a essência de cada um e de todo o clã num momento de grande descontracção familiar, e não na pose oficial a que estamos habituados. Ludovico de roupão e de pantufas, o cão ensonado e o primeiro plano dado ao secretário, marcam definitivamente esta obra pelo humanismo, pela atenção dada ao pormenor e pela mestria técnica. (Cliquem na imagem)

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