sábado, janeiro 14

Bibliotecas de lombadas de couro e letras douradas



Pela TSF, fiquei a saber que os funcionários do Banco de Portugal usufruem de múltiplas regalias e que, num gesto de solidariedade nacional, o governador do banco se apressou a reduzir, salvando assim os subsídios de natal e férias. De entre muitos benefícios, os novecentos euros de subsídio anual para compra de livros tocou-me. Pura inveja: imaginei logo as casas dos mais modestos colaboradores forradas a livros e extensas e criteriosas bibliotecas de lombadas de couro e letras douradas nos escritórios de Carlos Costa e Vitor Constâncio.
O sr. Governador, a quem nunca ouvi uma palavra contra os cortes dos ordenados dos restantes cidadãos, provavelmente não sabe que, apesar dos livros que possa ter, a nossa cultura se baseia no Verbo e, mais concretamente, no verbo escrito. Somos, como alguém disse, o produto de muitos livros. E se alguma intenção há inerente a todos eles é o de civilizar. 


1 comentário:

  1. Nós já sabíamos que para ser diretor ou consultor do Banco de Portugal era preciso ter um gene raro e único. Desconhecíamos era esta caraterística fazer parte também do ADN dos outros funcionários!
    É assim a vida! Os comuns e os vulgares que amouchem...

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