Pela TSF, fiquei a saber que os funcionários do Banco de Portugal usufruem de múltiplas regalias e que, num gesto de solidariedade
nacional, o governador do banco se apressou a reduzir, salvando assim os
subsídios de natal e férias. De entre muitos benefícios, os novecentos euros de
subsídio anual para compra de livros tocou-me. Pura inveja: imaginei logo as
casas dos mais modestos colaboradores forradas a livros e extensas e
criteriosas bibliotecas de lombadas de couro e letras douradas nos escritórios de Carlos Costa
e Vitor Constâncio.
O sr. Governador, a quem nunca ouvi uma palavra contra os
cortes dos ordenados dos restantes cidadãos, provavelmente não sabe que, apesar dos
livros que possa ter, a nossa cultura se baseia no Verbo e, mais
concretamente, no verbo escrito. Somos, como alguém disse, o produto de muitos
livros. E se alguma intenção há inerente a todos eles é o de civilizar.
Nós já sabíamos que para ser diretor ou consultor do Banco de Portugal era preciso ter um gene raro e único. Desconhecíamos era esta caraterística fazer parte também do ADN dos outros funcionários!
ResponderEliminarÉ assim a vida! Os comuns e os vulgares que amouchem...