domingo, janeiro 29
quinta-feira, janeiro 26
Dois ganchos de direita fizeram cambalear o campeão
Quem, como eu, esperava um Madrid desesperado, medroso, merdoso,
à espera do knockout final e total, enganou-se: um Higuain perdulário, um árbitro distraído e dois hooks inesperados ao fim do primeiro round teriam levado
qualquer equipa definitivamente ao tapete. Mourinho, encostado às
cordas, teve a lucidez, difícil nesta situação, de manter a estratégia e pedir
aos jogadores que continuassem a jogar à bola, e não se agarrassem ao
adversário. Dois ganchos de direita fizeram cambalear o campeão e salvar uma
equipa do Knockout técnico. Halla Madrid!!
quarta-feira, janeiro 25
Sprezzatura
2 anos de recortes. Enquanto o prazer se mantiver, continuarei a recortar aqui e ali realidades que me tocam, perspectivas
inesperadas, estados de alma. Recortar com graciosidade, sem aparente esforço é
o que almejo – sprezzatura. Não é fácil para mim.
Agradeço a todos os que por aqui passam.
sábado, janeiro 21
Temo pelo amuo
Agora que o Supremo Tribunal de Justiça decidiu condenar Domingos Névoa pelo crime de corrupção ativa para ato ilícito, Cavaco retira, mais uma vez, todas as manchetes da nossa imprensa aos senhores do Supremo.
Temo pelo amuo destes.
quinta-feira, janeiro 19
Dois para cada lado
Raia o ridículo a ameaça ao Governo por parte do
Porta-voz da Conferência Episcopal sobre o número de feriados a abolir. O
argumento é de uma indigência inesperada: “Se
forem dois civis serão dois religiosos, dois para cada lado. Dois religiosos e
um civil, nem pensem…” Sem mais.
Se o Governo propuser sete civis o porta-voz acaba com o
Natal.
sábado, janeiro 14
Bibliotecas de lombadas de couro e letras douradas
Pela TSF, fiquei a saber que os funcionários do Banco de Portugal usufruem de múltiplas regalias e que, num gesto de solidariedade
nacional, o governador do banco se apressou a reduzir, salvando assim os
subsídios de natal e férias. De entre muitos benefícios, os novecentos euros de
subsídio anual para compra de livros tocou-me. Pura inveja: imaginei logo as
casas dos mais modestos colaboradores forradas a livros e extensas e
criteriosas bibliotecas de lombadas de couro e letras douradas nos escritórios de Carlos Costa
e Vitor Constâncio.
O sr. Governador, a quem nunca ouvi uma palavra contra os
cortes dos ordenados dos restantes cidadãos, provavelmente não sabe que, apesar dos
livros que possa ter, a nossa cultura se baseia no Verbo e, mais
concretamente, no verbo escrito. Somos, como alguém disse, o produto de muitos
livros. E se alguma intenção há inerente a todos eles é o de civilizar.
quinta-feira, janeiro 12
Némesis, de Philip Roth
“Vogando sobre o silêncio do lago escuro, chegava até eles a
canção preferida de Marcia naquele verão…
- «
I´ll be seeing you» -
cantou-lhe Marcia baixinho - «in
all the old familiar places…»
E nesta altura levantou-se, puxou-o para que ele se levantasse também e, decidida a não o deixar desanimar ainda mais – e sem saber que outra coisa podia fazer -, obrigou-o a dar uns passos de dança.
E nesta altura levantou-se, puxou-o para que ele se levantasse também e, decidida a não o deixar desanimar ainda mais – e sem saber que outra coisa podia fazer -, obrigou-o a dar uns passos de dança.
- «That this heart of mine embraces» - cantou, com o queixo encostado ao peito dele
- «all day through» - e levantou sedutoramente a voz no prolongado
«through»."
Roth, Philip, Némesis, D. Quixote
quarta-feira, janeiro 11
A senadora
Um Desafio(s) de Portugal para 2012. Afastar definitivamente
a senhora que suspendia a democracia em Portugal por uns meses e que agora propõe cortar alguns cuidados de
saúde aos portugueses que não podem pagar. Transcrevo o despautério, quando o relógio marcava 23.00 (o tom é mordaz e impiedoso): “Tratamentos desse estilo (referia-se à hemodiálise para pessoas com 70
anos), que evidentemente existem e que as pessoas têm direito a eles, desde que
paguem. Fora isso, não é possível gratuitamente. O país não produz riqueza para isso.” Reparem também na anuência imediata de António Barreto, outro senador. E
uns minutos mais tarde, a reação veemente de António Vitorino. O que fazia ele ali?
sexta-feira, janeiro 6
Obras de Arte
Para os romanos não era o corpo nem os trajes ou atributos
acessórios o centro do interesse na retratística, mas sim o rosto com todas as
suas particularidades – a textura da pele e do cabelo, as marcas da idade, o
olhar..., em suma, a verosimilhança com o humano. É no período da dinastia dos Severos que
o retrato atinge o ponto mais significativo e específico da arte romana. Este
rosto de Caracala é, para mim, entre tantos outros do imperador, o auge da
expressividade do retrato psicológico e emocional. Perante esta delicada e primorosa execução escultórica, facilmente caracterizamos a
sua personalidade e o seu carácter.
terça-feira, janeiro 3
Duas perguntas.
Pela leitura dos jornais de hoje, a transferência de capitais
de empresas para a Holanda, Irlanda e Luxemburgo é prática habitual de
várias empresas com o objectivo de pagarem menos impostos e, obviamente, de se
tornarem mais competitivas. Se assim é, porque não fazemos o mesmo? Se esta
prática é lesiva dos interesses da maioria dos cidadãos europeus (parece o
vocabulário do PCP!), não seria motivo suficiente para um debate sobre política fiscal em sede do Parlamento
Europeu ?
domingo, janeiro 1
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