O El País tem dado grande relevo ao terceiro casamento da
duquesa de Alba de 85 anos. Agora mesmo, o jornal relata em directo todas as notícias
relativas à boda de Cayetana de Alba com Alfonso Díez, "Les separa
su posición social y económica pero les une el arte". O poder da Arte. E é nesta perspectiva que devemos compreender todo este frenesim noticioso à volta deste casamento e das consequências na divisão do imenso património. Em suma, enquadremos também o feio nessa perspectiva, mais romântica.
“Amo-te não só porque és disforme, mas também porque és
abjecto. Amo o monstro e amo o histrião. Um amante humilhado, escarnecido,
grotesco, horrível, exposto aos risos naquele pelourinho chamado teatro, tudo
isto tem um gosto extraordinário. (…) Ah! Sou feliz, eis-me decaída. Gostaria que
todos pudessem saber quanto sou abjecta. Prostrar-se-iam ainda mais, porque
quanto mais detestam, mais rastejam. O género humano é feito assim. Hostil, mas
réptil. Dragão, mas verme. Oh! Sou tão depravada como os deuses (…)”
Victor Hugo, O homem que ri (1869)
*Ao ver a duquesa, associo-a imediatamente à rainha de Tunes, pintada por Quentin Massys (1513).
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