Quando for grande não quero ser como ninguém desta gente com quem agora lido e no entanto me faz crescer. São eles que vão fazer de mim o que eu não quero ser. Ainda não sei o que quero ser, mas sei que não quero ser como eles. Eles tratam-me bem, dão-me prendas, fazem-me festas e são simpáticos comigo. Ensinam-me coisas sem se aperceberem e eu aprendo-as sem querer umas e por querer outras. Mas mesmo assim não quero ser o que eles são. Gente de bem, gente de mal. Uns polidos e engravatados, outros decrépitos e nauseabundos. Todos bem-intencionados mas todos com algo que eu não quero ser: defeitos do ser humano que uns têm sem querer, que outros gostam de evidenciar e que eu gostaria de eliminar.
Quando for grande quero ser eu.
José M. Carvalho
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