Jogo após jogo divido os treinadores em dois grupos: os que acreditam na lógica matemática, minoritários, e os que
crêem que os “pormenores definem um jogo”. Estes esperam pacientemente pela
jogada genial, acreditam no pontapé providencial, confiam no erro do adversário –
jogam, evidentemente, atrás da linha da bola. Já os primeiros, baseados na lógica
matemática, estruturam as suas equipas acreditando, efetivamente, que a posse
de bola e de sucesso dependem diretamente do número de jogadores envolvidos nas jogadas - quanto maior número jogadores maior a
probabilidade de posse e de sucesso. Este futebol é por natureza ofensivo: assenta na responsabilidade individual e coletiva, na ousadia - porque disputam a bola
em todos os sectores do campo acabando assim com a noção do campo do adversário -, e na
coragem, porque expõem a equipa aos sobressaltos naturais de quem ousa jogar ao
ataque.
Neste europeu, o ritmo e a harmonia da Rússia do holandês Advocaat e, sobretudo, da Espanha "à Guardiola” expressam, como nenhuma outra, a ordem e a audácia.
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