“… Enquanto o escrevi (O Teu Rosto Será o Último), a minha
única preocupação foi a de que cada frase – somada à anterior e precedendo a
seguinte – contivesse em si mesma toda a emoção possível. Toda a alegria. Toda
a beleza.
Claro que depressa adquiri a cruel consciência dos parcos
recursos de que dispunha e de que essa era uma ambição condenada ao fracasso.
Como gerir, então, esse somatório de frustrações? Como continuar essa
perseguição impossível? De que substância combustível me poderia alimentar? Do
prazer. O prazer dessa incessante procura e o prazer dessa inevitável decepção.
E foi caminhando entre essas duas margens, a da frase ambicionada e a da frase
possível, que se foram construindo as histórias encerradas neste livro. Onde construí
a minha própria biografia, e onde, espero, os leitores construam as suas, à
medida que o forem lendo. “
Olá, António!
ResponderEliminarTambém o ouvi. Gostei muito.
EXCELENTE.
"A incessante procura", feita de prazer mas, também (tantas vezes)de deceção.
Bj