sábado, março 3

Jorge J. e o Dragão


Paolo Uccello, 1456


São Jorge encontrou um pobre eremita que lhe disse que todo o país estava em sofrimento, pois existia lá um enorme dragão azul cujo hábito de ganhar estava a destruir o país e cuja pele não poderia ser perfurada nem por lança, nem por espada. Também lhe disse que o dragão exigia o sacrifício de jovens raparigas, mas uma em particular deliciava-o - a bela donzela de roupa escarlate, educada com artes de quem sabe do ofício, e que ano após ano renascia. Conhecedor de tal história, Jorge ficou determinado em salvar a princesa. Reconhecido pela disciplina e pelas competências que nenhum outro tinha, passou dias e noites na cabana do eremita a pensar na estratégia a seguir. Rodeou-se dos mais belos trajes, quase todos de origem hispânica, e desafiou o dragão. O dragão, ao ver Jorge, saiu da caverna rosnando tão alto quanto o som de sessenta mil trovões. Jorge não sentiu medo e com bravas palavras desafiou o monstro, mas a lança, mais uma vez, não entrou na pele dura de tal dragão e a bela donzela, de roupa escarlate, ficou à mercê do insaciável dragão.

Sem comentários:

Enviar um comentário