segunda-feira, agosto 9

Expiação

Dificilmente abandono um livro a meio. Para me defender de longas horas de enfado, a escolha das minhas leituras são criteriosas: sigo as recomendações de algumas revistas e jornais, sugestões de amigos, autores, etc.
Expiação de Ian McWean (Gradiva) foi, para muitos críticos literários, um dos melhores romances da década.

Expiação é realmente um grande livro. Tenho o filme para ver.
“- Foda-se!
A palavra que ele deixou escapar fez ricochete pela enfermaria, parecendo repetir-se várias vezes. Por detrás da cortina reinava o silêncio, ou pelo menos os sons foram atenuados. Briony continuava com o pedaço de metal ensanguentado na pinça. Devia ter uns dois centímetros de comprimento e era pontiagudo. Ouviu-se alguém aproximar-se com passos firmes. Briony deixou cair o estilhaço para a ebonite no preciso momento em que a Irmã Drummond afastou a cortina. Foi com uma expressão absolutamente calma que olhou para os pés da cama para tomar nota do nome do soldado e, eventualmente, do diagnóstico. Depois aproximou-se dele e olhou-o bem de frente.
- Como se atreve? – disse ela em voz baixa. Depois repetiu: - Como se atreve a falar assim à frente de uma das minhas enfermeiras?
- Desculpe, Irmã. Saiu-me.
A Irmã Drummond olhou com desdém para a ebonite.
- Comparados com os casos que temos visto nas últimas horas, aviador Young, os seus ferimentos são superficiais. Por isso dê-se por muito feliz. E veja se se mostra à altura do seu uniforme. Continue enfermeira Tallis. “ (p.340)

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