sábado, maio 1

Jesus e Guardiola

O que há em comum nos dois? Resposta: a boa educação.
O primeiro não prima pelo discurso polido e articulado, mas educação não é isso, pois não? É solidariedade, é simpatia, é carácter, é verdade. E Jesus é bem-educado. Reparem nas suas equipas e no seu futebol. Escolhe sempre os jogadores mais solidários ea táctica é simples: deslocam-se em bloco como de um cardume se tratasse, sempre muito próximos, entreajudam-se no desarme, cortam linhas de passe num movimento homogéneo e inteligente, quando na área, vejam o simbolismo, chegam a dar as mãos; com a bola, mantêm a estrutura, disponibilizam-se para a receber e quem a tem (está aqui o segredo do sucesso!) passa-a a quem a pede ou a quem se desmarca, porque seria uma falta de cortesia não o fazer. Esta proximidade de jogadores e esta disponibilidade em passar e receber a bola são as principais características do futebol implementado pelos grandes treinadores. Estas equipas dão a sensação de se esquecerem do principal objectivo do jogo – fazer golos. Há uma aparente falta de objectividade, como quem diz não faremos golo sem que a bola passe por todos. O golo é sempre o resultado de uma longa brincadeira e, por isso, comemoram-no juntos. A amizade e as grandes equipas constroem-se sem donos da bola. É neste futebol de rua que todos gostam de jogar - jogar à bola! As grandes equipas divertem-se, querem jogar. Sem altruísmos não pactuam com a simulação, o embuste, os túneis, porque futebol não é nada disso.

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