quinta-feira, abril 28
segunda-feira, abril 11
“Look at me”
O “Look at me” mais suplicante e delicioso que já ouvi. Entre
o ciciar de palavras de circunstância, o nervosismo das mãos num corpo tenso,
o olhar que procura algo em que se fixar, o tímido pedido de desculpa já com os primeiros acordes e, depois, a transformação repentina para o
vozeirão seguro, convicto e apaixonado de Sarah Vaughan, fazem deste Misty, e em
particular deste registo em Montreux, um apelo irresistível.
quarta-feira, abril 6
Vozes de Chernobyl, Svetlana Alexievich
"Lembra-se...? Dostoiévski descreveu... Como um homem chicoteava o cavalo nos olhos mansos. Homem louco! Não na garupa, mas nos olhos mansos..."
A Vitória do número
A estratégia de Rui Vitória explica-se facilmente: acredita
que a quantidade de jogadores em disputa direta da bola é proporcional à possibilidade
de a dominarem. Simples. Matemática pura e simples. O Professor rendeu-se a
Pitágoras - tudo é número. Sem pudor e se necessário, defende com toda a equipa no último
terço; atreve-se, atacando com um número semelhante à das equipas que defendem;
disputa cada bola em qualquer espaço com maior número de homens. Apregoa, sem
o semblante de um general romano, o mérito do coletivo, mas dificulta, com a
estratégia eficaz que adotou, qualquer pretensão de individualismo e
criatividade.
Para os amantes do ludopédio, e num espetáculo como o
futebol tem que ser, é possível aproximar a arte de bem jogar à estratégia fria
dos números?
Sim, é possível: vejam
Jesus e seus apaniguados.
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