quinta-feira, março 21
Janela Indiscreta
Há sensivelmente 30 anos, na Cinemateca, num ciclo de cinema sobre Alfred Hitchcock, coloquei Janela Indiscreta no top dos meus filmes preferidos. Ontem, a convite da minha filha Inês, voltei à Cinemateca para o rever. Rever tanto tempo depois faz com que a ansiedade e a dúvida se instalem: terá resistido à erosão do tempo? A dúvida dissipou-se no primeiro travelling. Começa num gato a subir umas escadas nas traseiras do prédio onde se centram todos os pólos de atracção, e onde todo o mundo cabe, até à janela aberta onde um James Stewart imóvel, de perna engessada, se encontra. Será o voyeur que nos conduzirá ao ritmo e imaginação de Hitchcock. As interpretações pareceram-me, agora, banais, já os diálogos mantêm o bom gosto, a inteligência e frescura de sempre.
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