De Engano, (D.Quixote), o último publicado em portugal:
"Para ti, o ideal é quando essas mulheres com emoção não conseguem sequer contar a sua história, antes lutam por conhecer a sua história. É nisso que tu encontras o erotismo. E o exotismo. Cada mulher uma foda, cada foda uma Xerasade. Não foram capazes de ter acesso à sua verdadeira história, e há no facto de a contarem uma espécie de compulsão para completar a vida... e isso tem muito de phatos. Claro que é excitante; o simples fluir do som que elas produzem, a intimidade da conversa, para ti são excitantes. O excitante não está necessariamente nas histórias em si, mas na necessidade que elas têm de as produzir . A matéria bruta, inarticulada, o que está simplesmente latente, é a realidade, nisso tens razão. a vida antes de sobrevir a narrativa é a vida. Elas tentam preencher por palavras próprias o fosso enorme que separo o ato em si da sua transformação em história. E tu ouves com atenção e apressas-te a registar por escrito o que ouves e depois estraga-lo com a tua maldita mania de transformar tudo em ficção."
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