Recordo-me
que o dia de consoada era longo, muito longo. O repasto, excepcionalmente mais
tarde, começava com o depenicar de uns macios bolos de bacalhau. Depois,
entravam fumegantes postas de bacalhau cozido com batatas farinhentas do
barroso e couve troncha passada pelo azeite e alho, que eram substituídas pela
pequenada pelo polvo, também ele cozido. No fim, os doces – rabanadas de leite
e água, jirimuns lambidos em suave calda de açúcar perfumada com pau de canela,
línguas de abade, leite-creme bem marcado pelo ferro, pratos de aletria
decorados com a mestria da minha mãe - enchiam de novo uma mesa ainda composta.
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