«Margarida curvou-se sobre a cruz, e ali abriu e dispôs as suas despedidas de verão. Depois, persignando-se, ficou um momento recolhida. Um melro voou do muro do cemitério e foi esconder no galho de uma árvore o seu assobio dobrado, um destes módulos que, em coro crescente, enchem de torpor e de sonho as madrugadas das ilhas. Depois sentiu-se uma grande chilreada, o frémito de várias asas, e uma nuvenzinha de melros, precedida do par que guerreava, perdeu-se para os lados do pico.»
Mau Tempo no Canal, Vitorino Nemésio
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