sábado, julho 23

Pornopopeia. Uma festa de safadezas e de bem escrever



«Seguinte: quando ouvi aquela segunda salva de palmas no portão, desapeei o HP da minha barriga e fui até à mureta da varanda, de onde enquadrei minha musatlântica num lindo plongê, ela carregando o que parecia uma cambuca de tamanho médio envolta num pano branco de algodão impecável de limpo. De cabeça baixa, jogava olhadinhas curtas pros lados, aflita. Veio com o mesmo shortinho de sábado, lavado e passado de novo. Aquela sabe tirar o máximo do mínimo. Ergueu o olhar rapidamente, me viu e teve um estremecimento. Achei que fosse chispar dali num risco horizontal de cartoon, e, antes que isso acontecesse de verdade, pulei de três em três os degraus de tijolo escorregadio e fui abrir o portãozinho para recepcionar a visita. Antes que eu pudesse abrir a boca, e sem dizer nada ela também, Josilene me passou a cambuca e arremeteu para dentro de casa, subindo a escada de dois em dois degraus. Segui atrás dela observando que, junto com shortinho hipersexy, a Jôsy tinha se lembrado de trazer o mesmo par de pernas acobreadas que eu tinha cobiçado durante uma tarde inteira lá nas Rocas, sem falar naquela bundinha fenomenal, ali, ao alcance da mão. Fiquei só assistindo àquele espetáculo glúteo, enquanto sentia nas mãos a mornidão da cumbuca bojuda que desprendia um forte perfume a coentro.»
Reinaldo Moraes, Pornopopeia, Quetzal

Sem comentários:

Enviar um comentário