segunda-feira, maio 22

Do Museu Nacional de Arte Antiga à Gulbenkian


Foi uma surpresa ver o Museu Nacional de Arte Antiga cheio, apesar de saber que se comemorava o dia internacional dos museus e a entrada ser gratuita. Os salões perderam o silêncio habitual; a noite esteve quente, a fazer inveja aos melhores dias de verão, e uma ligeiríssima brisa desprendeu preguiçosamente milhares de flores dos jacarandás num jardim repleto de gentes de várias paragens; os alunos do Chapitô fizeram o que puderam.
Sempre achei que era nesta direção que os museus deveriam seguir: um lugar de oferta multifacetada onde o património material ocupa um lugar de relevo.
Recordo-me, quando aluno de escultura das Belas Artes, de uma proposta para um projeto de um parque infantil para a Fundação Calouste Gulbenkian. Pretendia atingir esses objetivos e, sobretudo, criar hábitos às crianças mais novas tornando esses espaços familiares. Todas as peças do parque infantil teriam como ponto de partida a escultura de Henry Moore da Fundação e seriam pensadas e moldadas de acordo com as necessidades lúdicas e o espírito dos mais pequenos. Em vão, não passou no crivo de um mestre a quem eu esqueci o nome. Já nessa altura, o cheiro bafiento que se instalara continuava a impregnar a cabeça de muitos zeladores de um património esconso.

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